sexta-feira, 5 de junho de 2009

Carta de Repúdio ao DCE da USP

O Coordenador do DCE da UNIRIO, Tertuliano Soares, enviou carta de répúdio ao DCE da USP. A mensagem, na íntegra:

MENSAGEM DE REPUDIO A INTOLERÂNCIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA USP - EAD É INCLUSÃO SOCIAL!!!!

Caros Colegas do DCE DA USP

Sou coordenador do DCE da UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Em nossa universidade temos em torno de 5.000 estudantes de EAD espalhados por todo interior do Estado do Rio de Janeiro em dezessete pólos. E pela primeira vez desde a fundação da Universidade do Brasil, o Ensino Superior Público e de Qualidade chega a todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro. Agora não somente os filhos da classe média abastada podem estudar mas também os filhos do interior do Rio de Janeiro, os negros, as mulheres, idosos e pessoas com necessidades especiais podem ser contempladas em seus modos de aprender e diversos contextos economicos e sociais de vida.

É lamentavel que vocês estudantes e lideres estudantis de uma das maiores univeridades brasileiras coloquem em sua pauta de reinvidicações algo tão mesquinho como a não oferta de educação superior aos seus concidadãos do interior do Brasil. Ao lutarem pela USP não ofertar novas vagas em cursos de graduação a distância castram o crescimento da oferta da inclusão e desenvolvimento social ao seu Estado. São participantes de um ardil que nos persegue a gerações que é a manipulação partidaria e casuistica do movimento estudantil. E que neste momento serve apenas para que o movimento estudantil continue assim, indo fazer passeatas dentro do campus universitário, por causas pequenas e sem propositos, invadindo reitorias despropositadamente e fazendo-se um algoz de tantos jovens, chefes de familia, negros e outros que tiveram sua história escolar interrompida por falta de oferta de vagas no ensino superior público.

Vocês do DCE da USP estão na contramão da história e essa memória de lutas será algo lastimável a ser lembrado. Parem, reflitam e passem a conhecer o que estão combatendo. Afinal mais nobre é o reconhecimento do preconceito do que o lançar pedras em inocentes.

Saudações


--
Tertuliano Soares
Coordenador de Ensino DCE UNIRIO

6 comentários:

  1. Caro Tertuliano,
    Parabéns por sua Carta de repúdio, muito digna da sua função. Não podemos realmente regredir nesse conquista da Educação. É lamentável mesmo que esses alunos tenham representado tão mal a USP. Parece que não sabem o que é a EAD,
    mas deveriam ter estudado um pouquinho o assunto... Quem faz EAD sabe que precisa estudar muito, senão fica pra trás.
    Maria Francisca - Pedagogia

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  2. Tertuliano,
    Sua manifestação foi muito pertinente.
    Ao que me parece estes estudantes querem apenas manter o abismo que separa os que têm acesso às universidades e os que não têm, com o objetivo de não ver seu "poder" abalado. Penso que só devam se abalar aqueles que não tem segurança da sua capacidade.
    Abraços,
    Fátima

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  3. JORGE DA SILVA PAULA JUNIOR10 de junho de 2009 às 17:37

    Atitude digna, de quem luta não só pelos seus ideais, mas também pela busca contínua de desenvolvimento de nosso país, quem não conhece as metodologias de ensino do EAD não faz idéia de como somos exigidos e o quanto temos de nos dedicar. Sou aluno do cederj, pólo de Volta Redonda-RJ e curso algumas disciplinas pela Unirio, quero que saiba que nós alunos estamos cada vez mais unidos e dispostos a propagar o quanto tem o ensino a distância tem a contribuir para o desenvolvimento da nação.
    Obrigado. sem mais Jorge Jr.
    e-mail: jorgespjunior@hotmail.com

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. "na contramão da história"!
    "É lamentavel"!
    A universidade tem proporcionado muitas oportunidades de reflexão na direção do questionamento quanto ao desempenho de nossos papeis na sociedade. Como cidadãos e como profissionais. Como pais, mães, avós, amigos... como seres humanos.
    O que se pretende frear com a opção por uma questão desse tipo dentro de uma universidade que desempenha um papel tão importante no caminho da autoria da historia desse país, é a opção clara pelo caminho de manutenção do status e limitação de acesso ao conhecimento enquanto fonte de poder quando se assume um papel de co-autor da própria história.
    A propósito do comentário acima feito pelo colega quanto a necessidade de maior conhecimento a respeito da qualidade dos alunos de EAD, não acredito que seja falta de conhecimento sobre as competências exigidas, e sim a consciência do poder de transformação social oriundo dos movimentos incrementados devido a EAD. Currículo, Avaliação, Ensino e Aprendizagem sempre foram o calcanhar de Aquiles da Educação Nacional e o desempenho e a participação das massas sempre apareceu como perigo iminente.
    A EAD está abrindo as portas para uma proposta de currículo há muito pretendida por nomes como Paulo Freire. Hoje temos a frente da educação nacional pessoas que estão muito perto de nós professores. Nós, reflexo do cotidiano real da educação nacional.
    Estamos dentro da universidade e de uma forma ou de outra temos a facilidade de estar em contato com as modificações propostas mas com a oportunidade de opinar, mesmo que não seja atendido nesse momento, as reclamações oriundas das bases já conseguem incomodar e provocar movimentos que deixam muito claro o posicionamento político dos diferentes grupos.
    As relações estabelecidas a partir das TIC's também vem sendo alvo de “preocupações”e nesse caso sim faz-se desconhecido que as relações aqui estabelecidas atingem o aluno de forma a desmontar algumas verdades até então absolutas com o prazer da autoria na construção desse conhecimento. É a liberdade do humano pelo próprio humano! E esse conceito de relacionamento não tem como não alterar as formas de se avaliar. Produtor e autor, o indivíduo sente a coragem e tem a bagagem para defender o seu ponto de vista, nesse caso devidamente amparado pela teoria e pelo seu grupo, nesse caso, maioria.
    Sofrendo tais influências o cidadão toma pela mão as rédeas de sua maior dificuldade, fazer parte de um contexto de conhecimento como parte dele. Nesse caso sim, ADEUS imensos gráficos de reprovação nas mais variadas cidades desse país, pois temos assim condições reais de uma aprendizagem significativa.
    A EAD tem esse poder de garantir uma Educação proposta por quem viu, viveu e ajudou a transformar a Educação da qual também foi vítima. O Mestre Paulo Freire. Agora é a nossa vez de agir e intervir.
    Tantas informações estão ao nosso alcance através de alguns conteúdos, tantos conflitos entre discursos e posicionamentos, tantas conversas ansiosas nos encontros com os tutores, tantos desejos por respostas e oportunidades de fala... Estamos construindo esse espaço. E como dizem, Não podemos perder o bonde da história. Esse é o problemas dos defensores desse NÃO, eles sabem que expressam apenas um ponto de vista.

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    1. Tertuliano, meus parabéns. Sua reação é muito pertinente. Nós, alunos de EAD, temos consciência das exigências que temos que cumprir, muitas vezes contando apenas com nossa perseverança e nossa obstinação.
      Essa aversão à EAD não é desconhecimento, mas sim, medo. Medo, sim, de que, nós alunos de EAD, ocuparmos os espaços na vida produtiva e social deste país que nos é devido, desde sempre.

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